Jornalista tem uma mania desgraçada. Sempre que alguém famoso no País ou na própria redação está mais perto da morte do que merece, o chamado "obituário" vai sendo produzido mesmo com o personagem em questão ainda vivo. Por uma questão meramente prática: se a morte acontece quando estamos a minutos de encerrar a edição, a vida e a obra do defunto já estão prontas. E pronto.
Noves fora, zero, eu aqui, me preparando pra voltar ao trabalho ainda este ano, me ocorreu perguntar se o obituário do Lula, por exemplo, já estava pronto.
Ato contínuo comecei a desenvolver a seguinte obsessão: será que o meu próprio obituário chegou a ficar pronto? Tal reflexão, naturalmente, me levou a outra obsessão: estando eu, editora, morta, quem editaria minha biografia uma vez que a pessoa mais do que indicada pra corrigir certas incorreções, estaria, digamos, impedida?
E o pinto que eu apertei na mão até o bicho morrer, há 40 anos, em Niterói, só pra ver até onde o coitado resistia? Será que alguém sabe que escuto os últimos piados daquele pinto até hoje?
Será que alguém imagina que as metáforas geradas por esse crime hediondo por uma outrora cruel Rozaninha também me perturbam até hoje?
Falando nisso, será que alguém sabe que o Steve é, até hoje, o amor da minha vida?
E se ninguém nem pensou em fazer meu obituário porque, afinal de contas, o preço do papel-jornal anda pela hora da morte?
7 comentários:
Minha querida, acho que está na hora de você voltar a trabalhar !!!!!!
Já eu acho que está na hora de você parar de tomar aquele cházinho de cogumelo...(rs)
Andava afastado por excesso de trabalho, mas já vi que voltei em boa hora.
Então, no momento, o Steve é o amor da sua vida. (Quem conhece Rozane sabe que não é uma frase paradoxal; bom, talvez a frase seja, mas a reflete a realidade da minha madrinha).
Aqueles que matam são perseguidos pelas vítimas. Não sei se vc se lembra, mas José Arcadio Buendía fundou Macondo fugindo do fantasma de Prudencio Aguilar, a quem matou num duelo de honra. E Prudencio depois apareceu por lá. Ou seja, o pintinho vai piar para sempre perto de vc.
Quanto ao seu obituário, pode deixar que eu me encarrego dele. Afinal, vc me indicou como herdeiro da sua memória num momento de desespero e até então não há notícia de que tenha revogado o ato.
Tô com saudades de vc e do véio. Quero marcar pra ir aí. Beijos
tô só pensando, objetivamente, sobre o relato de minha própria morte, uai.
alguém responde Bernardo, pls. cabeça doeu só de pensar. :)))
é só marcar, mané. liga pra gente combinar, uai. bj
O Steve, aquele de Nova York ainda?????? Caramba! Tudo bem que eu não posso falar muito, porque o amor da minha vida tb ficou lá atrás. Mas podia aproveitar o renascimento pra buscar um novo amor da sua vida...
E tenho que aproveitar para dizer: depois da história do pinto, fiquei com medinho de vc. Amiga, amiga...
Postar um comentário