terça-feira, 29 de novembro de 2011

Mas, como nada pode ser perfeito,...

Além da vizinha de cima - fofa que se apressou pra resolver o pepino do vazamento no banheiro aqui de casa -, ao que parece, mais uma meia dúzia de moradores resolveu fazer obra no prédio e multiplicar por mil o barulho que meu coco consegue suportar agora.

E segue a ladainha

Vazamento aparentemente resolvido - ou pelo menos interrompido.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Começo a considerar a possibilidade de chamar um padre pra benzer o apê

Depois do quebra-quebra do meu banheiro ter, finalmente, ao que parece, conseguido resolver o vazamento daqui pro apê embaixo, hoje o meu banheiro amanheceu alagado.

Um milhão de coroas tchecas pra quem adivinhar o motivo.

Um vazamento do apartamento de cima pro meu, claro.

Alguma ideia brilhante?

sábado, 26 de novembro de 2011

"Eu não tenho mais a cara que eu tinha. No espelho, essa cara já não é minha"

Me olhei no espelho hoje de manhã, e me surpreendi ao perceber que, adivinhem?, a sobrancelha direita, que voltou caidinha da cirurgia, tá bem próxima da esquerda. Sei lá quando isso aconteceu, fato é que só hoje percebi que minha fuça já não está mais tão tortinha.

Considerando que a Rozane Monteiro que saiu da tal da cirurgia de crânio é um ser que nem eu conheço direito ainda, bem continuei me olhando no espelho, meio rindo de lado, meio quase às lágrimas, cantarolando uma antiga canção.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O obituário da Rozaninha e do pinto que ela matou há 40 anos

Jornalista tem uma mania desgraçada. Sempre que alguém famoso no País ou na própria redação está mais perto da morte do que merece, o chamado "obituário" vai sendo produzido mesmo com o personagem em questão ainda vivo. Por uma questão meramente prática: se a morte acontece quando estamos a minutos de encerrar a edição, a vida e a obra do defunto já estão prontas. E pronto.

Noves fora, zero, eu aqui, me preparando pra voltar ao trabalho ainda este ano, me ocorreu perguntar se o obituário do Lula, por exemplo, já estava pronto.

Ato contínuo comecei a desenvolver a seguinte obsessão: será que o meu próprio obituário chegou a ficar pronto? Tal reflexão, naturalmente, me levou a outra obsessão: estando eu, editora, morta, quem editaria minha biografia uma vez que a pessoa mais do que indicada pra corrigir certas incorreções, estaria, digamos, impedida?

E o pinto que eu apertei na mão até o bicho morrer, há 40 anos, em Niterói, só pra ver até onde o coitado resistia? Será que alguém sabe que escuto os últimos piados daquele pinto até hoje?

Será que alguém imagina que as metáforas geradas por esse crime hediondo por uma outrora cruel Rozaninha também me perturbam até hoje?

Falando nisso, será que alguém sabe que o Steve é, até hoje, o amor da minha vida?

E se ninguém nem pensou em fazer meu obituário porque, afinal de contas, o preço do papel-jornal anda pela hora da morte?

Teste de áudio pra vidinha que começa a voltar aos eixos aos poucos

O neurocirurgião me disse esta semana que as dores e a dormência que ainda sinto na cabeça e o inchaço na fuça estão dentro do esperado e que só me deixarão em paz mesmo em três ou quatro meses. Portanto, posso (e devo) ir me preparando pra retomar a rotina doméstica e de trabalho muito em breve.

- Está tudo dentro da normalidade. Já esteve muito pior, você sabe disso. Agora, quanto mais você ficar em casa, à toa, só pensando na cabeça, mais ela vai doer - filosofou o homem, com certa razão, devo admitir.

Aí, achei melhor já ir treinando:



Ou em bom português:

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

"What a glorious feeling, I'm happy again..."

Tava eu aqui vendo o Ratinho com meu pai (pois é), quando, por conta dum equilibrista, começou a tocar "Singin' in the rain" na TV. Sem nem pensar, comecei a me sacudir toda, devagarinho, ao som da música, enquanto arrumava os remédios da noite pra tomar, na bancada da cozinha.

E fui cantarolando e jogando a cabecinha de um lado pro outro, sem nem perceber que a mesma - ó, que danada - nem doeu.

Melhor ainda: só fui reparar que a cabeça deveria ter doído quando a música acabou.

Solta o verbo, Eugeeeneeeee:

Vou até falar bem baixinho: o pedreiro, agora, tem a certeza de que achou o vazamento; quebrou mais um pouco meu banheirinho querido; e jura que, agora - não, a-go-ra... - resolveu o babado.

Repitam comigo "Pai Nosso que estais no céu..."

Aqui jaz um outrora banheiro fashion


O mais irônico é que o pedreiro que tá cavucando atrás do vazamento é o mesmo que reformou todo o apê há uns cinco anos. Tá cortando a própria carne e, melhor de tudo, não pode nem pensar em falar mal de quem fez o serviço. Aun.

Quebradeira recomeça daqui a pouco. Ai.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Alguém me interna de novo, por favor, antes que eu...

... conte mais algum podre horroroso sobre a minha pessoa.

No gogó: "Já parti em tantos barcos, já chorei em tanto cais..."

Ai, vou chorar tudo de novo.

Gosto do Moacyr Franco e pronto

A edição deste clipe é de quinta, mas foi o único que achei com a versão inteira desta música, tal da 'Pedágio', do Moacyr Franco.

Sim, é o que parece. Sou fã do sujeito desde menina. O fofo cantou esta coisa no Silvio Santos no domingo - pois é, eu agora vejo Silvio Santos e botar a culpa só no meu pai seria uma covardia sem dó. E eu me acabei de chorar.

Pronto, falei.

Falei que o pedreiro foi certeiro, né?

Comemorei cedo demais. Ao que parece, ele não quebrou exatamente onde era o problema e o quebra-ninho deve continuar hoje ou amanhã e deve ser muito, mas muito pior. É claro que o vazamento continua, só que, agora, claro, pro meu banheiro. Aun.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Continua a saga da mulher de "sorte" aqui

Depois de ter dado a "sorte" de descobrir uma plantação de aneurismas no meu cérebro antes de eles estourarem, acabo de dar a "sorte" de descobrir que o vazamento pro banheiro do apê embaixo é do meu tanque.

Cagança total. Mas, ao menos, a quebradeira por hoje já acabou, a poeirada não foi tanta assim, e o pedreiro só voltará daqui a uma semana. Ele já achou o vazamento e já consertou, mas agora precisa eperar e orar pra que isso resolva o problema e não tenha que quebrar mais nada aqui.

E vamu que vamu.

E, depois do quebra-coco, começa o quebra-banheiro no Largo

Não sei nem o que dizer, a não ser, naturalmente: "FUI". Me mandando agora daqui pra fazer alguma coisa que ainda não decidi se vai ser caminhar devagarinho no Aterro ou achar um hotel e me enfiar pelos próximos cinco dias.

Meu pai, coitado, é quem ficará aqui dando conta do pedreiro pra recém-operada alérgica a poeira não ter um piripaque. Tudo isso por conta de um maldito vazamento no banheiro no apê embaixo do meu. Valha-me Deus.

Hasta.

domingo, 20 de novembro de 2011

"The time has come to pay our share"

Tava aqui fazendo nadica de nada, som enfiado na orelha, ouvi isso, por acaso, no rádio. Gamei de cara, cismei de postar aqui procês terem uma ideia de como vai minha alma neste mau humor de hoje - coisa que, claro, todo mundo aqui quer saber, certo? Só fui descobrir depois que trata-se dos Midnight Oil, uns roqueiros ativistas australianos que, entre outras coisas, lutam (ou lutavam, a banda acabou) ao lado dos aborígenes.

Coolzaço! Tomem aí "Beds Are Burning".

Tem bigoduda no Largo

Tô fazendo uma listinha de perguntas pra fazer pro neuro na terça-feira, que incluem as pontadas que ainda sinto até a tontura que me dá às vezes. Hoje, por exemplo, depois de ter me animado e ido à feira ontem e carregado sacolas um pouquinho além do peso, tô amargando mais dores do que já estava. Dã.

Mas, enfim, ao que interessa. A vontade que me dá é a de também perguntar ao doutor sobre quando poderei, mesmo, pintar o cabelo - a previsão inicial é de seis meses na maior grisalhice porque a tinta não interage bem com ciatrizes no couro cabeludo em geral - e quando poderei, por exemplo, soltar a depiladora na minha fuça - não creio que o arranca-arranca de buço e sobrancelha vão me fazer algum bem agora.

Mas, sei lá, achei que ele podia achar que eu sou uma louca duma fútil.

Aí, claro, resolvi eliminar pelo menos uma das perguntas fúteis e me mandei pra farmácia hoje pra comprar um "creme depilatório" pra tacar no buço.

Claro que, apesar de o teste no antebraço ter dado negativo pra alergia e de o buço ter, de fato, desaparecido, carrego agora uma tênue faixa vermelha perto do nariz, qual fora bigode de menino-rápaz.

É ridícula.

Arde.

E piorou o que já tava muito ruim demais.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Ok, passei o dia pensando na maldita pergunta: "E se eu tivesse morrido na cirurgia?"

Aí, por mais de uma vez hoje, minha alma voltou lá pro inverno de 2004, quando cansei de cantarolar, baixinho, o refrão dessa música vagando, sozinha, com a neve na fuça pelas ruas de Praga - morei por pouco mais de um ano na capital da República Tcheca.

Comiiiigo: "But I still haven´t found what I'm looking for..."

Só passando pra dar "oi". Mau humor mais monstro do que o de ontem. Vou poupá-los dos detalhes do tal do 'pós-operatório', que, ao que parece, deve demorar mais uns 497 dias pra passar.

Hasta.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Num tô boa não V

Olhando pro brinquedinho novo, acaba de me ocorrer que já vou começar 2012 com dívida.

E as pontadas que ainda me restam na cabeça me fazem lembrar que o checão do anestesista bate amanhã.

Ai.

Pausa no mau humor

Tô tão caidinha hoje - me sentindo uma mané caolha e cabeçuda - e ainda na pilha de ver o velho notebook se aproximar do falecimento, que acabei esquecendo de, afinal de contas, comemorar o presentinho que fui obrigada a me dar.

Tendo dito isto, agora é oficial: já blogo aqui do computz novo. O-ba.

Num tô boa não IV

Comprei um fone de ouvido superbacama, profissa, pra usar no meu notebook novo.

Tá bem aqui do meu lado.

Pendurado na cadeira.

Novíssimo, todo, todo, vai ter que ficar de molho até eu estar na mais perfeita.

Por quê? Porque me aperta demais a cabeça, que, como sabemos, ainda está se refazendo do quebra-coco.

Dã.

Num tô boa não III.I

Na minha imitação, eu era o Gene Kelly, ok? Me poupem.

Num tô boa não III

Muita gente sabe que eu adoro musicais.

Mas, acho, muito pouca gente sabe que, aos 9 anos, eu quebrei o dedo mindinho do pé direito tentando imitar a coreografia do Gene Kelly com o Jerry (parceiro do Tom) no filme Marujos do Amor no meu quarto, entulhado com um armário embutido, uma estante e duas camas de solteiro. Foi numa delas, aliás, que meu pé direito se acabou.

Hoje, fuçando alguns DVDs aqui pra testar o notebook novo (o anterior tá praticamente falecido), achei o filme e não consigo parar de ver a tal coreografia.

Aí, lembrei que dançar, por exemplo, é algo que ainda não posso fazer.

A versão não é grande coisa, mas foi a melhor que achei no YouTube. Ah, sim, eu quebrei o dedo mindinho do pé quando "imitava" o trecho que começa em 2.27.00 do clipe.

Num tô boa não II

Aí, quando bate um mau humor monstro, como hoje, fecho o olho esquerdo - que voltou da cirurgia só com a miopiazinha de sempre - e passo a olhar o mundo só pelo olho direito, que voltou bichadaço da cirurgia do quebra-coco. Só pra eu deixar de ser mané e não esquecer, nunca, nem por um segundo, que as coisas poderiam ser muito, mas muito piores mesmo.

Num tô boa não I

Sabe quando alguém muito jovem caminha com alguém muito velhinho e, de vez em quando, se distrai, dispara na frente e tem que ficar parando pra esperar o leseira alcançar o passo?

Saí pra uma curta caminhada hoje de manhã com meu pai, de 88 anos, pra já ir desenferrujando os ossos.

Adivinha que ser humano de 45 anos agora tá ficando pra trás?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A verdade dos fatos é a seguinte

Passei tanto tempo atropelada por tanta dor de agulha me furando, gente me abrindo o coco e costurando de volta, bolha inchando na testa que, sem sacanagem, acho que só agora tá caindo a ficha acerca do seguinte fato:

ME ABRIRAM O COCO PORQUE TRÊS ANEURISMAS ESTAVAM INSTALADOS NO MEU CÉREBRO, COSTURARAM DE VOLTA, E EU SOBREVIVI COM UMA SEQUELAZINHA RIDÍCULA (SE CONSIDERARMOS O QUE PODIA TER ACONTECIDO).

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

Desculpe aí, meu povo, é que tô tão lesada ainda, que só agora tô me dando conta do tamanho do babado. Reflexo retardado (com trocadilho) total.

Sei lá de que, exatamente, eu tô com medo. A questão é que tá me dando um medo da moléstia de retomar a vidinha de sempre. Vai que eu tenho alguma missão a cumprir e, pelo visto, ninguém vai me falar qual é.

Ai.

Pronto, falei.

domingo, 13 de novembro de 2011

Lógica mineira em estado puro

- É aqui, pai, onde tá inchado ainda. Tá doendo o tempo todo e dói demais quando eu passo a mão.

- Então, para de passar a mão, uai.

sábado, 12 de novembro de 2011

Alguém me abraça!

Meu quebra-coco faz um mês hoje.

"Do you believe in Rock'n Roll? Can music save your moral soul?... I started singin': 'Bye, bye, Miss American Pie'..." No gogó, Seu André!!!!! (*)

- Doutor, falta muito tempo pra acabar? - perguntei, ontem, com os olhos entupidos de, com certeza, todos os tipos de gel que devem caber aquele consultório; mais um par de lentes de contato especiais, que devem ter sido fabricadas em algum galpão tcheco do governo dos anos 70 pra cuidar de imperialistas; fachoS de luz e flasheS na fuça, naturalmente.

- Uns quatro minutinhos.

Incapaz, de nascença, de contar de 1 a 60 repetidas vezes, no tempo dos relógios, preferi cantar mentalmente a música mais comprida que me ocorreu.

So, ladies and gentlemen, please welcome Mr. Don McLean:



(*) "Seu André" é um ser humano que, eu diria, tem por essa música a mesma obsessão que eu. Ave, Andrew!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cês viram o RJTV hoje à tarde? Não? Nem eu

Passei longos 30 minutos numa clínica de Botafogo, que tem umas 200 TVs ligadas o tempo todo, totalmente "cega", com litros de colírio e anestésico nos olhos, cobertos por gaze e um par de óculos escuros ridículos, meio parecidos com óculos de mergulho.

Era a preparação prum exame infernal, que fui obrigada a suportar enquanto meus colegas dos telejornais davam as últimas informações sobre a prisão da anta do Nem da Rocinha.

Meu pai, claro, ia dando uma de legenda do meu lado.

Não sei nem o que eu senti e aprendi nos meus 30 minutos de "cegueira". Muito. Muito estranho.

Quanto ao resultado dos exames que fiz no olho direito (cuja visão ficou bichadinha depois da cirurgia) nos últimos dias, nenhuma grande surpresa. Só a confirmação do que eu já sabia e/ou intuía. A presença de um aneurisma no meu nervo óptico (meu Deus, não sei mais se isso tem "p") direito e a cirurgia me deixaram, mesmo, sequelas irreversíveis. Significa que meu olho direito jamais voltará a ser o que era. Em compensação, o médico pediu paciência (à pessoa errada, claro) porque deverá haver alguma recuperação da visão nos próximos três meses. Só então, aconselhou o homem, deverei fazer novos exames e pensar em fazer novos óculos.

Mas a notícia de arrepiar, mesmo, veio ao fim do exame. Se eu não tivesse operado pra fazer a tal da clipagem dos aneurismas, eu ficaria cega do olho direito. Significa que, mesmo que não estourasse, o aneurisma do nervo óptico tava se espalhando tanto, que, em algum momento, ele iria jantar meu olho direito.

Sim, é o que parece. Qual fora um cão - que é, como sabemos, a cara do dono -, um dos meus aneurismas era gorducho. Me poupem.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

E nem chorar eu posso

Sério, mesmo, a cabeça tá doendo demais. Sinto que foi por conta do sacode-sacode da ida ao hospital ontem. Mas admito que tô entre suportar a dor, digna, me entupindo dos remédios recomendados pelos neuros e ter um ataque de perereca, pra lembrar ao mundo como eu tô na merda. Ataque de perereca sem chorar, claro, porque, como eu já aprendi com meus neuros queridos e por experiência própria desde a cirurgia, chorar aumenta a tal da pressão intracraniana e faz tudo ficar imensamente pior.

Pronto, falei.

Cabeça doendo demais, olho direito enxergando menos do que já estava, muito mal-estar. O que pode ser pior?

A síndica me dizer, hoje de manhã, que tem vazamento do meu banheiro pro apartamento embaixo, e que "vai ter que quebrar".

Que tal?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Maria do Quebra-Coco e os buracos do Paes

Na minha modesta opinião, a nível de cidadã, o prefeito Eduardo Paes até merece umas críticas, etc e tal. Mas não nutro pela criatura um ódio visceral, é fato.

Aliás, não nutria.

Hoje, quando tive que pegar no hospital uns documentos pra pedir reembolso ao plano de saúde, deu vontade de sequestrar o prefeito, abrir-lhe o coco, sapecar logo 17 pontos na fuça e fazê-lo passar por cada buraco no asfalto no trajeto entre o Largo do Machado e Olaria.

Pronto, falei.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"Colher de pau, colher de ferro, quem peidou que vá pro inferno"

O que isso tem a ver com meu caos cerebral? Nada. Só que meu pai sacou isso hoje, enquanto procurava uma colher de pau pra me ajudar a esquentar o almoço, e eu não consegui parar de rir até agora.

Outra do universo mineiro, quando o mesmo pai carregava a mesma filha, pouquinho tempo depois da cirurgia, ainda no hospital, eu mal conseguindo andar, ele imitando mendigo manco: "São Serafim, São Serafim, quem não der fica assim."

E quem quiser que conte outra.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Não quero simplificar o inferno no qual ando instalada, mas...

... quase fui às lágrimas hoje de manhã, quando percebi que já consigo ouvir som com os fones do MP3 enfiados nas orelhas. A dor na cabeça me impedia. No caso, era um belo dum Dire Straits na Rádio Paradiso - pois é, sou uma pessoa-rádio. Cool!

Só não tá dando ainda pra acompanhar a batida do som com a cabecinha sacolejando pro lado. Mas isso, como sabemos, é só uma questão de tempo.

Meu Deus, acaba de me ocorrer: como é que eu vou dar mole pra algum macho deste planeta - uma gente que mora no meu coração - sem virar a cabecinha pro lado, praticamente minha marca registrada?

Tá, tá, é só uma questão de tempo, eu sei, eu sei, passou, passou.

So, ladies and gentlemen, please welcome Sir Mark Knopfler e o som que encheu esta alma de alegria hoje de manhã:



Ah, sim, bom dia a todos.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dã: só eu não sabia

Foi numa conversa besta hoje com o neuro, no consultório do gajo, aonde fui pra tirar os pontos e fazer minha listinha de perguntinhas difíceis pro doutor. Descobri, por exemplo, que vou ter que ficar seis meses sem pintar o cabelo, uma sacanagem sem dó nestes tempos de um pouco da cabeça raspada e baixíssima autoestima.

Lá pelas tantas, contando que eu tava muito agitada, irritada, dormindo mal e chorando muito, mesmo com um calmante numa dose micro e mesmo "feliz da vida" porque voltei pra casa depois de 30 e tantos dias de hospital, perguntei se ele podia me dar algo pra me aquietar um pouco mais.

Sem nem pensar mais, me dei conta ali, mesmo, diante do neuro, que, nesta confusão que começou no dia 22 de setembro - dia da internação -, eu nem tive muito tempo pra sofrer direito. Foi tudo muito rápido demais.

Pisquei um olho, descobri que tava com um aneurisma. Pisquei o outro, tava com dois. Pisquei os dois, tinha uma junta médica me abrindo o crânio e descobrindo que, na verdade, eram três.

Aí, quando pensei em deprimir, ainda no hospital, me dei conta de que o olho direito tava bichado e de que me crescia uma estranha bolha na testa, 'complicaçãozinha' do pós-operatório com a qual fui agraciada.

Livre da tal bolha na testa, mas ainda com dores na cabeça, na região da cirurgia, me dei conta, só depois que voltei pra casa, de que o olho bichado é o desafio de verdade que ficou. É com ele que vou ter que brigar este mês, igual a uma gata enlouquecida, pra continuar a viver do meu ofício. É com a perda de boa parte da visão de um olho que vou ter que aprender a conviver o mais rápido possível

A diferença é que aqui, em casa, não tem campainha à beira da cama pra acionar o povo da enfermagem pra vir correndo e nem CTI no andar de cima pro caso de algo der muito errado.

Sim, é o que parece: de repente, hoje, no consultório do doutor, me dei conta de que tô é com um medo da moléstia de retomar a minha vida com um corpo um pouquinho diferente daquele que foi internado em Olaria num certo 22 de setembro de 2011.