E foi assim que o inferno começou. Eram lá por volta das 11h do dia 20 de setembro - dois dias depois de eu completar 45 anos, aliás -, quando abri o resultado de uma ressonância de crânio pedida por um otorrino que fui ver dias antes.
Estava lá: "Imagem nodular (...) medindo cerca de 5mm compatível com dilatação vascular (...)"
Por que um otorrino pediu um exame assim? Porque eu estava desesperada com um zumbido na cabeça que foi aumentando mês a mês, além de umas falhas de memória que começavam a me preocupar, por isso, achei que procurar, inicialmente, um otorrino fazia sentido. Pois o homem desconfiou e pediu o exame que acabou detectando o que agora eu sei chamar-se aneurisma cerebral. O resultado eu abri no mesmo laboratório onde, naquela manhã, eu iria fazer um teste de esforço para ver se eu estava, finalmente, liberada para iniciar a hidroginástica. (*)
Já juntando lé com cré, antes de fazer o teste de esforço, pedi, por favor, que a médica que o aplicaria me ajudasse a compreender o que estava escrito - eu sentia cheiro de pepino dos bons. Foi essa fofa que, toda doce, tentou me fazer acreditar que poderia não ser nada demais. Adorei o carinho, claro. Mas era, sim, algo demais.
(*) Passados quase três meses sem fumar e sem beber por conta de um enfisema detectado em junho, caminhando quase todos os dias, achei que já dava pra encarar um teste de esforço pra ver se estava liberada. Mas não vamos focar num enfisemazinho inicial a essa altura da vida, certo?
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